segunda-feira, 7 de março de 2011

Uma tréplica que evoca o diálogo e a resposta dada pela justiça

Aranauan, Saravá, Axé!

 

Antes de mais nada, gostaria de me direcionar aos irmãos listeiros. Eu sei que as pessoas estão cansadas, realmente é um tema que sempre é levado de forma desgastante, mas insistem em faltar com a verdade e levar a discussão para um aspecto negativo. Pai Rivas, não faz muito tempo, entregou um vídeo para a comunidade buscando resolver estas questões de forma serena e tranquila. Porém o posicionamento que observamos é de continuar os ataques, então nos resta usar apenas duas "armas": lógica e bom senso respeitando todos vocês e inclusive aos que tentam usar as palavras para agredir.

 

Cumino,

Esta é a sua réplica e agora segue a minha tréplica.

 

A maneira como se refere aos irmãos que possuem nome iniciático, característica de várias Escolas das Religiões Afro-brasileiras, demonstra uma falta de respeito. Algo que faz com que perca credibilidade, pois em vez de dialogar prefere atacar. Aliás, este é o expediente utilizado por muitas pessoas quando não tem argumentos, querendo "ganhar" pela força como isto fosse uma competição.

 

Comentamos sobre "O Livro das Energias" do Saraceni, pois como já afirmamos mestre Aramaty é físico e quando recebeu o exemplar deste livro em suas mãos à época identificou erros que ao serem apresentados ao Pai Rivas, o mesmo verificou os fatos e procurou o Saraceni. O próprio, na ocasião, afirmou que iria corrigir. Porém nunca corrigiu e fez pior, começou a atacar Pai Rivas tentando achar erros em Suas obras, chegando ao ponto da instituição ligada à ele processá-Lo e perder em todas as instâncias.

 

Diante disto, duas questões são importantes. A primeira é que de fato não é e nem poderia ser "O Livro das Energias" uma obra acadêmica. Porém este livro foi para o público carregando o nome de entidades de Umbanda, na condição de psicografado, levando conceitos errados para a nossa comunidade. Neste instante e por esta condição é que foram feitas as colocações na época. Além disto, o livro carrega nome de espíritos cientistas renomados que assinam também como autores espirituais (sic). Aí complica, não é mesmo?

 

A segunda questão é que o próprio Saraceni retirou o mesmo de circulação. O fez porque verificou o óbvio, a impossibilidade de manter uma obra com tantos erros. Sendo ditada por quem afirma ter ditado e carregando o nome de entidades da Umbanda. Em tempo. Pensem bem, meus irmãos. Imaginem a seguinte situação. Você escreve um livro e afirmam que ele está errado, porém você tem certeza que está certo. Você retiraria de circulação? Claro que não. Você iria defender as suas ideias. Pois bem, o Saraceni retirou de circulação.

 

Quanto as questões na obra do meu Pai, não vou me delongar por um motivo muito justo. Expressam a opinião da Escola Esotérica. Opinião esta que eles preferiram não dialogar e entrar diretamente na justiça e perderam nas três oportunidades. Precisa dizer mais alguma coisa sobre isto meus irmãos?


Por que querem retomar estas questões do livro do Pai Rivas novamente? Para colocar uma cortina de fumaça, para que as pessoas esqueçam os fatos como ocorreram e também os desdobramentos na justiça.

 

Agora o Cumino chega ao cúmulo de querer falar do que meu Pai faz e fala? Só falta querer interpelá-lo judicialmente sobre a sua Iniciação nas várias Escolas das Religiões Afro-brasileiras, sobre os ritos que congregam sacerdotes dos mais variados lugares do Brasil e fora dele, da Faculdade de Teologia Umbandista que marca um avanço significativo para todos nós do santo...

 

Sendo muito franco e objetivo. Se você está contrariado com o que foi afirmado por mim sobre "O Livro das Energias" no que diz respeito aos erros conceituais, por que não me interpele judicialmente sobre este assunto? Digo isto publicamente. Faça isto, caso contrário está sendo conivente com que afirmo. Vocês não interpelam pessoas que estão certas no que escrevem? Por que não me processam se acham que estou errado no que coloco?

 

Os irmãos percebem o que já coloquei aqui anteriormente. A questão mesmo é que não foi o Saraceni que fundou uma faculdade de teologia. Ou é isto ou é rancor.

 

Por falar em Teologia... Na ocasião, o Saraceni escreveu que seu "guia" usando o nome de um "preto-velho" afirmou que nem ele, nem os demais "guias" eram formados em Teologia. Pior mesmo é que no mesmo texto que encontramos esta afirmação do "preto-velho", a mesma entidade afirma ao Saraceni para montar um curso de teologia e que faça pesquisa de mercado para verificar se ele será mesmo inédito!?!?! Percebam o despeito com a faculdade, pois este texto foi publicado recentemente.

 

Apenas fazendo uso do bom senso e da lógica: se os guias não são formados em teologia, por que orientaram a criação de um curso justamente de teologia com agravante de nem ser acadêmico? É para buscar a formação teológica ou não? E caso positivo só serve o que "revelaram" ao seu médium? Criou-se o monopólio do conhecimento justamente por um "preto-velho"?


Os irmãos entendem porque querem colocar cortina de fumaça em tudo que já foi escrito. Mas não dá. O que aconteceu está aí e os processos judiciais que as pessoas ligadas ao Saraceni moveram e perderam são públicos.

 

Isto também acaba com a credibilidade desta instituição ao ir contra um sacerdote na justiça e sem critério. Ainda quiseram embargar a decisão do juiz! As pessoas falam tão apaixonadamente e não com a razão e olha o que o desembargador falou: "(...) revela-se de caráter manifestamente protelatório e infringente, o que não se admite." Vejam bem meus irmãos, a atitude tomada é algo que a justiça afirmou não poder se admitir.

 

Finalizando, lembramos as palavras do juiz da primeira instância sobre o processo que moveram contra Pai Rivas e perderam:


"(Pai Rivas) exerceu seu direito de manifestação do pensamento sobre um assunto religioso; e, em tal matéria, não existe uma verdade absoluta, que torne seus aspectos inquestionáveis e sem possibilidade de discussão nem debate doutrinário. Realmente, aspectos de uma religião não são verdades absolutas à semelhança do que ocorre com enunciados científicos. Um teorema matemático ou uma lei da física podem ser demonstrados e ser caracterizados como verdades absolutas. Não é o que ocorre com aspectos religiosos, em que não há caracterizações definidas sem possibilidade de questionamento e debate. Na religião, ao contrário, há diversas variantes, com posicionamentos distintos; as Humanidades não são Ciências Exatas. . (...)Por tais razões, suficiente, o pedido deve ser rejeitado. Julgo IMPROCEDENTE a ação."

 

Sendo assim meus irmãos, proponho a voltar a dialogar sobre o vídeo do Pai Rivas que este sim visa em todos os instantes exercitar a paz que nossas Guias sem aspas estimulam continuamente no terreiro.



 

PS: Segue a sentença do primeiro juiz – "(...)A publicação da obra do réu (no caso, Pai Rivas) nada mais foi que a manifestação de seu pensamento sobre os aspectos da religião. As afirmações feitas sobre a entidade e outros aspectos da religião, que a autora (trata-se da AUEESP, instituição fundada por Sareceni) entende ofensivas, revelam apenas a opinião do réu sobre tais assuntos. E isso não pode ser considerado ato ilícito. Ademais, não houve intenção ofensiva. A obra não foi escrita com o objetivo de ofender os seguidores da Umbanda nem os integrantes da sociedade autora. Como se pode concluir, a obra foi escrita com fins de debater o tema, com fins doutrinários, e não para ofender a outrem. Não há nenhum elemento concreto que revele uma intenção lesiva. E a mera expressão de opinião, sem ânimo de ofender, não caracteriza ato ilícito para fins indenizatórios. Repita-se que se trata de garantia individual constitucional. Realmente, o réu limitou-se a emitir sua opinião a respeito de aspectos da religião. E esse direito é garantido. A manifestação do pensamento não pode ser censurada em decorrência de meras divergências de opiniões. Ademais, existe outra questão relevante. O réu exerceu seu direito de manifestação do pensamento sobre um assunto religioso; e, em tal matéria, não existe uma verdade absoluta, que torne seus aspectos inquestionáveis e sem possibilidade de discussão nem debate doutrinário. Realmente, aspectos de uma religião não são verdades absolutas à semelhança do que ocorre com enunciados científicos. Um teorema matemático ou uma lei da física podem ser demonstrados e ser caracterizados como verdades absolutas. Não é o que ocorre com aspectos religiosos, em que não há caracterizações definidas sem possibilidade de questionamento e debate. Na religião, ao contrário, há diversas variantes, com posicionamentos distintos; as Humanidades não são Ciências Exatas. E todos eles devem ser respeitados. O posicionamento individual de cada um a esse respeito deve ser preservado. O sentimento religioso admite várias vertentes a respeito de um mesmo tema, com efeito. (...)Por tais razões, suficiente, o pedido deve ser rejeitado. Julgo IMPROCEDENTE a ação.

 Condeno a autora a pagar as custas e despesas processuais, atualizadas, bem como honorários advocatícios (...)" - grifo meu

 

 


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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